quinta-feira, 26 de julho de 2007

Seja bem vindo

TUTU surgiu de um caldo negro, que une a curiosidade e o conhecimento. Seus membros se identificam com o outro através das afinidades musicais e espirituais. A partir de um simples ideal, o de ouvir e compartilhar música, se estabeleceu uma forma de comunicação. Hoje, a sintonia entre as diferentes freqüências melódicas de cada porção deste tutu faz com que os sons contenham uma história diferente a cada ligação, que emulem épocas já vividas, cujos sentimentos são eternos.

Tutu conecta passado e presente, reconstrói pontes interditadas, pois a música é universal, transcendente, cosmogalática. A nossa missão é espalhar este espírito, esta palavra, pelo groove, o funk, as batidas, as rimas, os breaks, o suíngue...

Antes de mais nada, TUTU é um espírito.
É a vontade de festejar, ser TUTU é celebrar.

Tutu no jornal Gazeta de Ribeirão - 24/07/2007








Babel sonora


O grupo Tutu Black surgiu em dezembro de 2002, da reunião de um grupo de DJs com o intuito de trazer uma música diferenciada à cena cultural ribeirãopretana, compartilhando idéias em uma clima animado e descontraído.


No começo foi difícil acostumar os apreciadores de música a ouvir um som diferente que raras vezes era tocado nas casas noturnas da cidade, mas o grupo acabou se tornando uma referência por essa característica, atraindo um público emergente que procurava esse tipo de evento.


O nome Tutu veio do disco de Miles Davis, sendo este um artista de grande influência no espírito do coletivo. Quem idealizou o projeto foi o arquiteto Alcides Barbosa, que hoje é o atual dono do Clube Informal em Campinas. Atualmente, quem comanda o grupo na cidade é o DJ e engenheiro eletrônico Danilo Sanchez Ozendruscolo, mais conhecido como Danilo Psico.


A primeira festa realizada em dezembro de 2002, a Porão Black, foi sucesso de público. O grupo decidiu continuar com o trabalho, tornando-o uma festa mensal e sempre realizada no bar Liverpower Rock, no Centro de Ribeirão Preto. Porém, a partir de dezembro de 2005, a festa passou a ser itinerante e mudou o nome para Tutu Black, sendo realizada em outros locais.


O coletivo Tutu é o décimo oitavo grupo convidado pela Gazeta para a série de reportagens sobre os grupos culturais de Ribeirão. Ao final da série, que terá 30 reportagens, será eleita uma comissão de três pessoas ligadas ao setor e que vai coordenar a produção de um documento traçando um panorama geral da cultura na cidade. O documento será entregue à Prefeitura.


O grupo obtém o recurso para sustentar-se somente das bilheterias dos eventos que organiza, sem ter patrocínio fixo. Os preços das entradas são populares e custam de R$ 3 a R$ 13.


Formado inicialmente por oito pessoas, hoje 13, o coletivo sempre realiza seus eventos em diversos pontos da cidade, como Penélope Bar, Bronze Night Clube, Cineclube Cauim e Templo da Cidadania.


Nas festas são tocados estilos musicais como soul, black, funk, samba-rock, anos 70, entre outros gêneros. Além da música, os eventos têm iluminação especial e projeções de imagens relacionadas a temas contemporâneos.


O coletivo afirma estar em sintonia com as mudanças que o próprio público vive. "As pessoas estão tendo acesso a informações variadas por causa da Internet. Acabou o monopólio dos grandes centros e das grandes mídias, então as mesmas procuram eventos que estão em sintonia com essa mudança", disse Danilo Psico.


As três principais dificuldades, segundo o grupo, são: falta de espaço para realizar os eventos, inviabilidade do ponto de vista financeiro e ainda um pequeno número de pessoas dispostas a ouvir um som diferente ao sair de casa para se divertir.


Para seus organizadores, a importância do Tutu se resume em uma palavra: opção. "Faz três anos que freqüento os eventos do grupo. Conheci em um panfleto que eles distribuíram e fui passando para outros amigos. O que fortalece o grupo, além do próprio som, são as pessoas que freqüentam essas reuniões. Ali formamos uma grande rede de amigos", disse o artista plástico e cartunista José Carlos Cintra, que também faz parte da comunidade do Orkut destinada ao coletivo.


Grupo se tornou itinerante


De 2002 até 2005, o grupo Tutu Black promovia seus encontros somente no Porão Liver Power, no Centro da cidade. A partir daí passou a ser itinerante para abranger outros públicos e a respirar novos ares. A festa de aniversário de três anos do Tutu, em dezembro de 2005, chegou a atrair um público de 400 pessoas no Bronze Night Clube.


Em 2006 o grupo passou a promover eventos gratuitos no Cineclube Cauim no projeto intitulado "Sessão Tutu". O grupo pretende voltar com essa iniciativa ainda neste segundo semestre. Posteriormente, o coletivo tocou no Sesc Ribeirão e Sesc São Carlos.


Normalmente, as festas são realizadas mensalmente, mas há casos em que ocorre mais de uma festa por mês, de acordo com a disponibilidade dos locais e dos membros. Atualmente o grupo toca entre o Bonze e o Penélope Bar.


O grupo faz parcerias com outros grupos da cena “underground” da cidade, como o Groselha Fuzz e o Meia Dúzia DJs. O objetivo é fazer intercâmbio entre as atrações de cada evento.


Atualmente o grupo está organizando a volta de seu projeto Lost in Music, que prima pela diversidade musical ao longo da noite, podendo se ouvir desde o funk, o soul até o house e o electro-rock.


Outra novidade será uma feijoada com uma banda de samba e outra de música brasileira, a ser realizada neste segundo semestre no Templo da Cidadania. O grupo vai realizar novas edições de sua recente festa Tutu ao Vivo, evento que tem como principal característica a apresentação de bandas além dos tradicionais DJs.


"Ribeirão tem poucos lugares e eventos alternativos. Apesar de um pequeno público nesses eventos, com até 200 pessoas, o público é fiel", afirmou Daniel Si, dono do Penélope Bar.